Convite // Invite >> Raízes

Após um mês de intensas atividades, o Barracão Maravilha tem o prazer de convidar todos para a exposição "Raízes", que reúne os trabalhos da nossa artista residente Alice Quaresma (BRA/USA). A abertura acontece no dia 05 de Outubro, a partir das 14h, na Avenida Gomes Freire 242 - Lapa. Na ocasião, será apresentada a performance "Conversa Inconversável", de Chiara Tinonin, escritora e pesquisadora italiana que também participa do nosso Programa Internacional de Residências. A exposição segue até o dia 25 de Outubro, sempre de segunda à sexta, das 12h às 17h. Esperamos vocês!



After a month of lively activities, Barracao Maravilha has the pleasure to invite you all to the opening of "Raízes" - an exhibition which brings the works of our artist in residence Alice Quaresma (USA/BRA). Come along to Barracao Maravilha this Saturday (5th Oct) from 2pm onwards (Avenida Gomes Freire 242, Lapa, Rio de Janeiro). On the ocasion of the opening, the performance "Conversa Inconversável", by Chiara Tinonin, will take place in our premises. Chiara is an Italian writer and researcher, who is also participating of our International Residency Program. The exhibition will continue until the 25th of October (Monday to Friday - 12 to 5pm). It would be great to see you!


Infláveis invadem Daros

"Ambientes Infláveis" é o nome do projeto dos artistas Hugo Richard e Natali Tubenchlak que toma conta do pátio da Casa Daros entre os dias 14 de setembro e 27 de outubro. As instalações são experiências de ocupação que pretendem provocar rupturas no coditiano da cidade, estimulando novas interações entre público e ambiente. A abertura acontece neste sábado, dia 14, a partir do meio-dia. A Casa Daros fica na Rua General Severiano 159, em Botafogo.


Alice Quaresma e Chiara Tinonin

Enquanto Alice Quaresma e Chiara Tinonin se preparam para entrar no nosso ateliê este fim de semana, apresentamos aqui seus projetos de residência:

Whilst Alice Quaresma and Chiara Tinonin prepare to move into our studio this weekend, here we present to you an outline of their individual residency projects
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Trabalhos em papel para o Rio

Confira abaixo o vídeo de Flurin Bisig, artista suíço que participa do nosso Programa Internacional de Residências. As imagens captadas detalham um dos seus trabalhos, em exposição na porta de vidro do Barracão Maravilha. "Rio sem Fumaça" segue até o dia 6 de setembro (Horário: 12h às 17h - Av. Gomes Freire, 242 - Lapa - Entrada gratuita).



Paper works for Rio 1-5, 2013 / Flurin Bisig from Flurin Bisig on Vimeo.

"Rio sem Fumaça" segue até o dia 06.09

Agradecemos a todos que deram uma passadinha aqui no Barracão no sábado para a abertura da exposicão "Rio sem Fumaça", que segue até o dia 06/09, sempre das 12h às 17h (Av. Gomes Freire, 242). 

"Rio sem Fumaça" - noite de abertura 

"Rio sem Fumaça" - espaço ocupado
pelo residente Manu Engelen 

"Rio sem Fumaça" - espaço ocupado
pelo residente Flurin Bisig 

Manu e Flurin na porta do Barracão - dever cumprido!


RIO SEM FUMAÇA se trata da primeira experiência expositiva do Programa de Residências Internacionais do Barracão Maravilha. Seu título vem das placas de incentivo espalhadas pelo Rio de Janeiro para se evitar o hábito do fumo em lugares fechados. O leitor poderia, dependendo de seu conhecimento do português, pensar a frase como uma chamada para a cidade sem cigarros ou entende-la como uma estranha conjugação do verbo “rir” colocada na primeira pessoa da singular, ou seja, eu, o sujeito, rio sem fumaça. Parece que esse jogo de interpretações e palavras é algo que pode ser visto nas formas dos trabalhos produzidos e selecionados por Flurin Busig e Manu Engelen nesse mês que habitaram o solo carioca.

            As pinturas de Manu mostram, como ele comentou algumas vezes, a presença do humano através da construção de objetos, máquinas e arquiteturas. Temos um indício do homem através de suas criações e sua cultura material. Se esse é um dos pontos de partida, os resultados obtidos apontam para interpretações que podem levar em consideração, por exemplo, aproximações formais feitas a partir de como ele conjuga frente e fundo em relação a pintores (De Chirico, por exemplo) preocupados em explorar a relação entre um espaço que poderia ser chamado de clássico, mas que assume o seu caráter de ficção. As cores sobre a tela são representações de aviões ou uma exploração de sua forma geométrica inicial – ou apenas pinceladas. Imagens potentes são criadas e capazes de articular a monumentalidade da arquitetura e a apreensão do sublime da paisagem. Habitação e vapor caminham lado e lado e intrigam o espectador com seu caráter icônico.

            Enquanto isso, no segundo espaço expositivo, Flurin apresenta uma de suas primeiras experiências com o audiovisual. Após construir uma caixa cênica em que pode se utilizar de materiais precários para montar uma estrutura escultórica, através do uso de uma pequena rede comandou uma câmera que capturou essa instalação através de pontos de vista impossíveis para o corpo humano. Com imagens que ora são apresentadas por um ponto de vista do interior para o exterior, intercaladas com o próprio caminhar do artista sobre o espaço, o público é convidado a fruir documento audiovisual e objeto tridimensional. Ampliando essa leitura, poderíamos falar mesmo de uma relação entre desenho e resultado, projeto e edificação – tópicos esses que norteiam tanto essa instalação, quanto algumas pequenas esculturas construídas linearmente e que projetam seus desenhos posteriores, suas sobras, sobre as paredes que não são papel.

            Voltando ao título desse encontro entre Flurin Busig e Manu Engelen, podemos olhar seus trabalhos justamente através da proposição ou do desafio de desarticular o humano (o sujeito risonho) da fumaça (aquilo que escapa às medições e ao domínio do homem). Constroi-se, então, para se descontruir; projeta-se para se duvidar daquilo que acabou de ser feito; e, por fim, se esforça para se sair do lugar seguro. Afinal de contas, sair de sua cidade de origem, seja ela na Bélgica ou na Suíça, para habitar um espaço da alteridade por um mês, não é também por si só um esforço pela desarticulação?

Raphael Fonseca


Raphael Fonseca é crítico, curador e historiador da arte. Professor do Colégio Pedro II. Doutorando em Crítica e História da Arte pela UERJ.